No mundo da lua

A sensação é exatamente essa: a de que os filhos nos levam pra outro planeta. A maternidade é domínio de todas até nos tornarmos mães e percebemos o quão distantes nossos ideais estavam da realidade.

É imperativo aprender novos ritmos e formas de comunicação, estabelecer outras prioridades, desapegar-se das aparências, reaprender a respirar lenta e profundamente.

Mês a mês, ano a ano, parece que nos distanciados um pouco mais daquele estado de “não mãe”. E, apesar da velocidade ser astronómica, pra nós, tripulantes desse foguete, a noção de tempo fica meio perdida. No mesmo instante em que os temos nas mãos eles se transformam em meninos e caminham sozinhos.

Desbravar lugares desconhecidos não é fácil, mas as companhias compensam o esforço.

Daqui contemplo a terra (minha vida antes dos filhos). Talvez como Yuri Gagarin, a sensação seja de estranhamento: tão bela, tão diferente, mas ao mesmo tempo tão distante…

Essa é uma viagem sem volta, mas também sem arrependimentos. Trouxe na mala umas fotos de quem eu fui, algo na memória me relembra desses tempos, mas o cheiro e os sons dos meninos são mais fortes… me redefinem com novos contornos, físicos, espirituais e emocionais.

Tá na plataforma de lançamento prestes a embarcar nesse foguete? Respira fundo e vem! Pode ser a melhor jornada da sua vida!

 

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#pracegover Filipe vestido de astronauta sorrindo enquanto seus olhos se fecham

 

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