Um dos grandes desafios que os últimos 10 anos como esposa de pastor me trouxeram foi aprender a chorar com os que choram, mais do que a me alegrar com os que se alegram. Falar do amor e do poder de Deus é um privilégio e estar presente nas conquistas, uma dádiva, mas o caminho nunca é só de sorrisos e os momentos de choro nos ensinam muitas lições, sejam eles choros por nós mesmas, ou lágrimas solidárias.
O choro que mais me toca é o choro das mães. Ah, e como choram, ou melhor, como choramos…
Choramos porque, de alguma forma, acreditamos que basta amarmos nossos filhos para poupá-los de todo e qualquer tipo de sofrimento.
Choramos por acreditarmos que nossos filhos corresponderão a todas as nossas expectativas e projeções daquilo que não fomos.
E finalmente, choramos por vermos neles, o espelho daquilo que não queremos enxergar em nós mesmas.
Aos poucos vou percebendo que nossa missão não é poupar nossos filhos das dores e assim, poupar a nós mesmas de vê-los sofrer.
Antes, o desafio de maternar está em formar indivíduos sábios e preparados para lidar com as próprias dores e estar sempre ali, ao lado, com aquele olhar de afeto capaz de acolher, confortar, apontar saídas e mostrar novas possibilidades.
Idealizar uma maternidade perfeita, onde se tem controle sobre tudo e, especialmente sobre os filhos, é garantir uma quantidade enorme de frustrações, pois apesar de nossos, os filhos são e precisam ser eles mesmos.
Reveja suas expectativas em relação aos seus filhos e tente ficar apenas com a real possibilidade: com o amor que ama “apesar de” e está disposto a permanecer “ainda que” não seja correspondido da forma idealizada.
Esses dias chorei com uma mãe cuja dor era tão grande que um par de olhos não foram suficientes para externa-la. Foi preciso outro par e outro ombro e outros tantos suspiros.
Se você, mãe, hoje chora, lembre-se de que, em Deus há o consolo necessário e de que este costuma vir não apenas por Sua palavra, mas pelos ombros de outra pessoa. Procure ajuda, busque apoio, cerque-se de pessoas que a auxiliem e não daquele que colocam mais peso nessa carga. E pra você, um abraço apertado!
lindooo….eu recebo esse abraço…
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